quarta-feira, 16 de setembro de 2015

O Símbolo de Santo Atanásio



Quem quer salvar-se deve, antes de tudo, professar a fé católica.

Pois se alguém a não professar, integral e inviolavelmente, é certo que se perderá por toda a eternidade.

A fé católica consiste, porém, em venerar um só Deus na Trindade, e a Trindade na unidade, sem confundir as pessoas nem separar a substância; pois uma é a pessoa do Pai, outra a do Filho, outra a do Espírito Santo;

Mas uma é a divindade, igual a glória, co-eterna a majestade do Pai e do Filho e do Espírito Santo.

Qual o Pai, tal o Filho, tal o Espírito Santo;

incriado é o Pai, incriado o Filho, incriado o Espírito Santo;

imenso é o Pai, imenso o Filho, imenso o Espírito Santo;

eterno é o Pai, eterno o Filho, eterno e Espírito Santo;

e, no entanto, não há três eternos, mas um só eterno; como não há três incriados nem três imensos, mas um só incriado e um só imenso;

assim também o Pai é onipotente, o Filho é onipotente, o Espírito Santo é onipotente; e no entanto não há três onipotentes, mas um só onipotente.

Como o Pai é Deus, assim o Filho é Deus, [e] o Espírito Santo é Deus; e no entanto não há três deuses, mas um só Deus.

Como o Pai é Senhor, assim o Filho é Senhor, o Espírito Santo é Senhor; e no entanto não há três senhores, mas um só Senhor.

Porquanto, assim como a verdade cristã nos manda confessar que cada pessoa, tomada separadamente, é Deus e Senhor, assim também nos proíbe a religião católica dizer que são três deuses ou três senhores

O Pai não foi feito por ninguém, nem criado, nem gerado;


O Filho é só do Pai; não feito, não criado, mas gerado.

O Espírito Santo é do Pai e do Filho; não feito, não criado, não gerado, mas procedente.

Há, pois, um só Pai, não três pais; um só Filho, não três filhos; um só Espírito Santo, não três espíritos santos.

E nesta Trindade nada existe de anterior ou posterior, nada de maior ou menor; mas todas as três pessoas são co-eternas e iguais umas às outras; de sorte que, em tudo, como acima ficou dito, deve ser venerada a unidade na Trindade e a Trindade na unidade.

Quem quer, portanto, salvar-se, assim deve crer a respeito da Santíssima Trindade.

Mas ainda é necessário, para a eterna salvação, crer fielmente na Encarnação de Nosso Senhor Jesus Cristo.

A retidão da fé consiste, pois, em crermos e confessarmos que Nosso Senhor Jesus Cristo, Filho de Deus, é Deus e homem.

É Deus porquanto gerado da substância do Pai antes dos séculos; homem, porquanto no tempo nasceu da substância de sua Mãe. É Deus perfeito e perfeito homem, por subsistir de alma racional e de carne humana; é igual ao Pai segundo a divindade, e menor que o Pai segundo a humanidade.

Ainda que seja Deus e homem, todavia não há dois, mas um só Cristo; é um, não porque a Divindade se converta em carne, mas porque a humanidade foi recebida em Deus;

é totalmente um, não por se confundir a substância, mas pela unidade de pessoa.

Assim como a alma racional e o corpo formam um só homem, assim Deus e homem é um só em Cristo.

O qual sofreu pela nossa salvação, desceu aos infernos, ao terceiro dia ressuscitou dos mortos, subiu aos céus, está sentado à mão direita de Deus Pai Todo-Poderoso, donde há de vir julgar os vivos e os mortos;

e à cuja chegada todos os homens devem ressuscitar com seus corpos, para dar contas de suas próprias ações;

e aqueles que tiverem praticado o bem irão para a vida eterna; mas os que tiverem feito o mal, irão para o fogo eterno.

Esta é a fé católica, e todo aquele que a não professar, com fidelidade e firmeza, não poderá salvar-se.


(Tradução do Pe. Valdomiro Pires Martins, Catecismo Romano, Vozes, 1962)

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