terça-feira, 30 de julho de 2013

Seria lícito deixar de ir a Missa Nova?




Nome: Lúcio Carlos Bertelli
Idade: 44 anos
Religião: Católica
Cidade: Cornélio Procópio - PR
Escolaridade: 2.o grau concluído
Profissão: Autônomo


Cornélio Procópio, 30 de Dezembro de 20102.

À
Defesa Católica
A/C Srs.
Eder Silva e ou Marcel Ozuna.

        Assunto:- DEIXAR DE ASSISTIR A MISSA NOVA CAÍRIA EM PECADO?

Salve Maria,

    Hoje 30/DEZ/2012 Domingo, mais uma missa de Paulo VI. Quando se conhece a diferença de culto entre a Missa de SEMPRE e a Missa NOVA, é gritante e angustiante participar da missa de Paulo VI. Neste dia, mês e ano em que em muitas Igrejas estão montados os Presépios Memorativos ao nascimento de Jesus Cristo, que para muitos católicos de hoje é só um memorial, um símbolo e até um costume. Não vêem valor algum, não sentem pela razão da fé, são irracionais! Como diz no AT é um povo de CABEÇA DURA!
    Que decepção ao observar no Altar os ENFEITES NATALINOS que o mundo pagão idolatra. No centro da igreja está o presépio montado, distante do Altar. Já na mesa do Altar, fixado na toalha, em suas extremidades estão sinos dourados brilhantes, no centro, um laço dourado brilhante com a figura de papai Noel. Já nas imagens dos santos e na imagem do Sagrado Coração de Jesus há enfeites de bolas natalinas fixadas em vasos de flores, sem mencionar que no Altar ao lado do púlpito esta uma árvore com enfeites cromados que ressalta a estrela de Belém. A criatividade em agradar ao HOMEM, trazendo os (in) valores para o culto da Missa não tem fim.
    Ver tudo isso me revoltou, fiquei ‘engasgado’ com este ato de profanação, não me contive e ao final da missa, perguntei a uma MECE (Ministra Extraordinária da Comunhão Eucarística), - mas que ordinariamente distribui a Eucaristia -, o que havia de errado na missa?
____ Mece: Não vejo nada de errado.
    A Srª. não vê nada de errado, com esses enfeites natalinos no Altar?
____ Mece: Não, não vejo.
    O que há de errado, é essa missa protestantizada que o Conc. Vat II permitiu fabricar.
    É a “Pastoral” do Concílio, a serviço da “fumaça de satanás”.
____ Mece: Então por que você vem à missa? Por que você comunga?
    Venho porque não tenho outra opção, não há aqui ainda a Missa de Sempre.
____ Mece: Se você não tem outra opção, então abre uma igreja pra você.
    Não sou herege e muito menos terei a petulância de blasfemar contra DEUS, isso, deixo pros que desgraçadamente estão apostatados, servindo ao homem comercializando o nome de DEUS!
____ Mece: Você é sozinho, não vai conseguir mudar as coisas. Uma andorinha não faz verão!
    Sou sozinho, mas não sou covarde, e não me calarei, peço A Deus que a Missa de Sempre retorne, aí sim, teremos um verdadeiro CULTO A DEUS!
    Sabe qual é o problema? Nesses 50 anos de concílio, a igreja não mais ensina, ela dialoga, Cristo disse: Ide e ensinai! E o concílio com sua ecumenicidade só conversa, relativiza, igualitariza, e joga o mesmo jogo dos apostatados sectários e hereges, falam, falam, mas, ninguém se entende. Prova disso, é que pra Srª. A economia da salvação só se dá pela fé, pois, em qualquer doutrina há salvação, agindo assim, a Srª. blasfema, chamando Deus de mentiroso, pois, não acredita que fora da IGREJA CATÓLICA APOSTÓLICA ROMANA não há salvação. Isso é DOGMA, e dogma é uma VERDADE de DEUS, que não depende da minha ou da sua interpretação. Nossa ‘verdade’ não tem valor, por isso, devemos AMAR a DEUS de todo nosso coração e com toda nossa inteligência, vencendo nossa ignorância.
    E foi assim nosso diálogo. Pra Ela sou um fanático, pra mim uma equivocada que repete slogans, não mais exclusivos de protestantes, agora o católico também lê a bíblia e solta suas ‘pérolas interpretativas’, não sou contra ler a bíblia, desde que, haja uma luz a sanar nossa ignorância, e, essa luz é o PAPA! Espero poder ter a oportunidade de me encontrar e poder explicar a ela o porquê de minha revolta. Quem sabe não conquisto mais uma andorinha? Caso não consiga e se porventura o Papa abolir a missa nova e erigir a missa de sempre, espero que não seja ela a abrir uma igreja. Grande é a ignorância do ser humano, mas, ruim é quando não a vencemos e pior é quando não queremos vencê-la.
    O santo Papa tem nas mãos um terrível ABACAXI, uma enorme LUTA. Não basta só a missa de sempre. É preciso que o católico cristão pós-concílio seja novamente CATEQUIZADO, que estabeleça uma aproximidade com a SACRALIDADE, para que não suscite as velhas e malfadadas heresias de sempre. Mas, graças a DEUS, temos a promessa de Cristo, que as portas do inferno não prevalecerão sobre sua igreja.
    Por favor, me responda a questão. Quando disse a Mece que essa missa me angustia e ela me mandou abrir uma igreja, pensei seriamente em não mais participar da missa pós-concílio, porém, a cidade mais próxima que tenho conhecimento que celebra a missa de sempre é em Apucarana - Pr, distante mais ou menos 150 Km.

 Sei que a missa nova é válida e promulgada por um concílio que tem validade, não se declarou infalível nem dogmático, mas é válido e, portanto, sua missa também o é. Estaria errando em não assistir a missa nova? Deixar de participar desta missa me acometeria em pecado?
    Agora quero uma informação, como posso adquirir o DVD da missa de sempre? Onde, seja ele explicativo passo a passo para que possa me comportar adequadamente neste culto.

No coração de Maria, com sua santa intercessão.

Lúcio Carlos Bertelli.

Resposta

Prezado Lúcio,
Salve Maria!
 
Perdoe-me por tê-lo feito esperar tanto em seu questionamento.
 
Passo a respondê-lo imediatamente!
 
Você nos pergunta se cometem pecado aqueles que voluntariamente optam por não mais assistir a Missa Nova.
 
Antes de resolver a questão, cabe salientar que nós não temos qualquer autoridade ou intenção de dispensar qualquer pessoa que seja da obrigação de assistir às Missas de preceito, conforme determina a Lei de Deus e o mandamento da Igreja. 
 
Esclarecido esse ponto fundamental, prossigo na resposta. 
 
Existem algumas circunstancias legítimas pelas quais um fiel está dispensado de cumprir o preceito da Missa. Por exemplo, os casos de doença grave em que uma pessoa esteja impossibilitada de locomover-se.
 
Porém, não são apenas os problemas de ordem física que dispensam o fiel do preceito, mas, sobretudo, os de ordem moral e espiritual. Assim nos ensina A Teologia Moral:
 
“Todo motivo medianamente grave escusa da obrigação de ouvir Missa, como o que se daria no caso de que a assistência à Missa provocasse um dano corporal ou espiritual para nós ou para outros" (Compendio di Teologia Morale, ed. Marietti, 1955, nº 200).
 
 Portanto, quem corre risco espiritual indo a Missa Nova está dispensado de freqüentá-la. Porém, aqueles que não conhecem os problemas doutrinais da nova liturgia não estão dispensados do preceito. 
 
Sobre os problemas do Novus Ordo Missae, recomendo a leitura do livro de Monsenhor Klaus Gamber, cujo prefácio foi elaborado por importantes prelados da Igreja, inclusive pelo Cardeal Ratzinger, hoje o Papa Bento XVI. Nessa obra, encontramos criticas brutais contra a Missa Nova. Vale a pena estudá-la. 
 
Outro estudo importante é o “Breve Exame Crítico” dos Cardeais Ottaviani e Bacci. 
 
 Quando puder leia também um recente artigo que escrevi, demonstrando a intenção, a participação e a conclusão protestante na Missa Nova. 
 
Espero ter esclarecido a questão!
Fonte:
http://www.defesacatolica.org

segunda-feira, 29 de julho de 2013

A ruína dos Franciscanos da Imaculada.



A primeira vez que Francisco contradiz Bento

Uma das ordens religiosas mais florescentes do mundo. Proibidos de celebrar a Missa Tradicional – uma manobra Aviz e Carballo. Com o aval do Papa.

Isso aconteceu quanto ao ponto nevrálgico da Missa no rito antigo. Ratzinger permitiu a celebração para todos. Bergoglio a proibiu a uma ordem religiosa que a preferia.
 - ROMA, 29 de julho de 2013 – Um ponto sobre o qual Jorge Mario Bergoglio estava à espreita, após a sua elevação ao papado, era o da Missa no rito antigo.
Alguns previam que o Papa Francisco não se desviaria da rota de seu predecessor, que havia liberado a celebração da Missa no rito antigo como forma “extraordinária” do rito moderno [sic], com o Motu Proprio “Summorum Pontificum”, de 7 de julho de 2007:

Bento libera o rito antigo da missa. E explica por quê
e com a posterior Instrução “Universæ ecclesiæ” de 13 de maio de 2011:
Duas missas para única  Igreja
Outros previam por parte de Francisco uma restrição — ou diretamente uma revogação — da possibilidade de celebrar a Missa com o rito anterior ao Concílio Vaticano II, inclusive ao custo de contradizer as resoluções do ainda vivo Bento XVI.
Ao ler um decreto emitido pela Congregação vaticana para os Religiosos, pouco antes da viagem de Francisco ao Brasil, com a aprovação explícita do mesmo Papa, deveríamos dar mais razão aos segundos que aos primeiros.
O decreto é datado de 11 de julho de 2013, número de protocolo 52741/2012, assinado pelo prefeito da Congregação, o Cardeal João Braz de Aviz, focolar, e pelo secretário da mesma, o arcebispo José Rodríguez Carballo, franciscano.
Braz de Aviz é o único alto dirigente da cúria de nacionalidade brasileira, motivo pelo qual acompanhou Francisco em sua viagem ao Rio de Janeiro. Tem fama de progressista, embora mais lhe corresponda a de confuso. E será um dos primeiros a desaparecer, tão logo tome corpo a reforma da cúria anunciada por Francisco.
Pelo contrário, Rodríguez Carballo goza da plena confiança do Papa. Sua promoção a número dois da Congregação foi desejada pelo mesmo Francisco, no início de seu pontificado.
É difícil, então, pensar que o Papa Bergoglio não se tenha dado conta do que aprovava quando lhe fora apresentado o decreto antes de sua publicação.
O decreto institui um comissário apostólico — na pessoa do frei capuchinho Fidenzio Volpi — à cabeça de todas as comunidades da Congregação dos Irmãos Franciscanos da Imaculada.
E este é o motivo do assombro, porque os Franciscanos da Imaculada são uma das mais florescentes comunidades religiosas nascidas nas últimas décadas no interior da Igreja Católica, com ramos masculino e feminino, com numerosas e jovens vocações, difundidas em vários continentes e com uma missão também na Argentina.
Eles se reivindicam como fiéis à Tradição, em pleno respeito ao magistério da Igreja. Tão certo que em suas comunidades celebram missas tanto no rito antigo como no moderno, como fazem, por outra parte, em todo o mundo centenas de outras comunidades religiosas — para dar um só exemplo: os beneditinos de Nursia — aplicando o espírito e a letra do Motu Proprio “Summorum Pontificum”, de Bento XVI.
Mas precisamente isso foi criticado por um núcleo de dissidentes internos, que apelaram às autoridades vaticanas lamentando a excessiva inclinação de sua Congregação a celebrar a missa no rito antigo, com o efeito de criar exclusões e contraposições dentro da comunidade, minar a unidade interna e, por ainda, debilitar o mais amplo “sentire cum Ecclesia”.
As autoridades vaticanas responderam enviando há um ano um visitador apostólico. E agora se realiza a nomeação do comissário.
Mas o que mais surpreendente são os últimos cinco itens do decreto de 11 de julho:
“Ademais do exposto, o Santo Padre Francisco dispôs que cada um dos religiosos da Congregação dos Frades Franciscanos da Imaculada está obrigado a celebrar a liturgia segundo o rito ordinário e que, eventualmente, o uso da forma extraordinária (Vetus Ordo) deverá ser explicitamente autorizada [sic] pelas autoridades competentes, para cada religioso e/ou comunidade que solicite”.
O assombro deriva do fato de que o que se decreta contradiz as disposições providas por Bento XVI, que para a celebração da Missa no rito antigo “sine populo” não exige nenhum pedido prévio de autorização:
“Ad talem celebrationem secundum unum alterumve Missale, sacerdos nulla eget licentia, nec Sedis Apostolicae nec Ordinarii sui” (1).
Enquanto que, para as missas “cum populo”, estipulam algumas condições, mas sempre assegurando a liberdade de celebrar.
Em geral, contra um decreto de uma Congregação vaticana é possível apresentar um recurso ao tribunal supremo de Assinatura Apostólica, atualmente presidida por um cardeal, o americano Raymond Leo Burke, considerado amigo dos tradicionalistas.
Mas se o decreto é objeto de aprovação em forma específica por parte do Papa, como parece ser o caso, o recurso não é admitido.
Os Franciscanos da Imaculada deverão ater-se à proibição de celebrar a Missa no rito antigo a partir de domingo, 11 de agosto.
E o que acontecerá agora, não só para eles, mas para toda a Igreja?
Bento XVI estava convencido de que “as duas formas do uso do rito romano podem enriquecer-se mutualmente”. Assim havia explicitado na angustiada carta aos bispos de todo o mundo, com a qual havia acompanhado o motu proprio “Summorum Pontificum”:

"Com grande confiança e esperança..."
Mas daqui em diante, não é mais assim. Ao menos não para todos. Aos Franciscanos da Imaculada, obrigados a celebrar a missa somente na forma moderna, não lhes restará mais que um só modo de entesourar o que também defendia Bento XVI: “manifestar”, também nessa forma, “com mais força com que se costuma até agora, essa sacralidade que atrai a muitos ao uso antigo”.
É fato que se rachou um ponto de referência do pontificado de Joseph Ratzinger. De uma exceção que muitos temem — ou defendem — se converterá rapidamente em regra.
* * *
(1) Curiosamente, mesmo depois de seis anos de sua publicação, o motu proprio “Summorum Pontificum” de Bento XVI continua presente na página web da Santa Sé, mas somente em dois idiomas, e entre os menos conhecidos: o latim e o húngaro.

Fonte:http://fratresinunum.com/

domingo, 28 de julho de 2013

As Danças - Seja um religioso ou seja um condenado


Por São João Maria Vianney, Cura Dar's

Há sempre alguém que vem me dizer: "Padre, que mal existe em uma pessoa se divertir um pouco? Eu não faço mal a ninguém... Eu não sou um religioso e nem pretendo sê-lo! Se eu não puder sequer dançar um pouco, eu estarei passando a minha vida nesse mundo como se fosse um morto!"

Meu caro amigo, você está muito errado. Ou você se torna um religioso, ou você será um condenado. E o que é ser uma pessoa religiosa? Nada mais é do que uma pessoa que cumpre com todos os seus deveres como Cristão. Você me diz que eu não vou conseguir nada tentando convencê-lo a respeito do mal que existe nas danças e que você não vai se tornar por isso, nem mais e nem menos indulgente a esse respeito.
Mas eu lhe digo: você está errado novamente, pois ao ignorar e desprezar as instruções do seu pastor, você atrai sobre si a ira e os castigos de Deus, e eu pelo meu lado, serei recompensado por ter cumprido com os meus deveres. Na hora da minha morte, Deus não vai me perguntar se você cumpriu ou não com as suas obrigações, mas sim, se eu lhe ensinei ou não o que você deveria fazer para cumprir com seus deveres.


Você também me diz, que eu nunca conseguirei quebrar a sua resistência, a ponto de fazê-lo acreditar que existe algum mal em divertir-se dançando. Você não quer mesmo acreditar que existe algum mal nisso, não é verdade? Bem, isso é problema seu. Que eu saiba, é suficiente pra mim, falar-lhe num modo, que me assegure que ao fazê-lo, estarei fazendo aquilo que como pastor eu deveria fazê-lo. Portanto, que isso não lhe irrite! Seu pastor está apenas cumprindo com o dever.
Mas você me dirá: Nem os 10 Mandamentos e nem tampouco toda a Sagrada Escritura proíbe alguém de dançar! Talvez você diga isso porque não os examinou atentamente. Siga o meu raciocínio por um momento e eu lhe mostrarei que não existe um só mandamento, ao qual as danças não levem à transgressão e não existe um só sacramento que não seja profanado por causa das danças.
Você sabe tão bem quanto eu, que essas folias e extravagâncias selvagens, acontecem principalmente nos domingos e feriados. Que você me diz então daquele jovem ou daquela jovem que decidiram ir a um baile ou a uma festa dançante? Qual o amor que eles tem por Deus? Suas mentes estarão totalmente ocupadas com os preparativos para chamar a atenção daqueles com os quais eles estarão misturados.

Suponhamos que eles já tenham feito suas orações. Com que espírito essas orações foram feitas? Só Deus sabe! Por outro lado, que tipo de amor a Deus uma pessoa pode sentir, quando seu coração está suspirando e pensando somente nos prazeres e nas criaturas? Nesse ponto você terá que admitir que é impossível agradar a Deus e ao mundo ao mesmo tempo. Aliás, isso nunca será possível!

Deus também proíbe "juras". Sabe Deus, quantas querelas, quantas juras e blasfêmias são proferidas como resultado das ciumeiras que se levantam entre a juventude, quando eles estão reunidos nesses encontros! Vai me dizer que não acontecem freqüentemente, disputas e brigas nesses locais? Quem poderia contar quantos crimes são cometidos nesses encontros diabólicos?
O Terceiro Mandamento, manda-nos guardar os dias santos e nesse caso, o Domingo em particular. Será que alguém poderia realmente acreditar, que um rapaz que passou várias horas do Domingo com uma garota, com o coração aceso como uma fornalha, estaria realmente satisfazendo esse preceito? Santo Agostinho tem boas razões em dizer que um homem faria melhor coisa em passar o dia inteiro trabalhando na terra e as garotas, tecendo, do que irem para esses encontros dançantes. O mal seria bem menor. O Quarto Mandamento diz que os filhos devem honrar seus pais. Esses jovens que freqüentam bailes, será que possuem o respeito e a submissão que eles devem a seus pais? Não, certamente que não. Eles causam a seus pais maior preocupação e desgosto do que você pode imaginar! Tanto pelo modo com o qual eles ignoram seus desejos e pelo mal uso que fazem do dinheiro, como também por criticarem e zombarem de seus pais chamando-os de "fora-de-moda".
Quanta dor tais pais devem sentir!– isto é, se a fé deles ainda não se extinguiu por completo–, ao verem seus filhos se lançarem em tais prazeres, ou pra dizer de um modo mais claro, nesses caminhos licenciosos! Esses filhos não são mais abençoados por Deus, mas estão sendo engordados para o Inferno. Mas suponhamos que esses pais já tenham perdido a fé... Coitados... eu sequer ouso ir mais adiante... Quão cegos são esses pais! Quão perdidos são esses filhos! Pode por acaso existir algum outro lugar, ou tempo ou ocasião em que tantos pecados são cometidos contra a pureza, do que nos salões de bailes e danças? Não seriam nesses encontros que as pessoas são incitadas mais violentamente contra a santa virtude da pureza? Onde mais os sentidos são tão fortemente impulsionados em direção da excitação dos prazeres? 

Se formos aprofundarmos ainda mais, deveríamos morrer de horror diante dos muitos crimes que são cometidos ali! E não são nesses encontros, que o demônio furiosamente acende o fogo da impureza no coração dos jovens, de modo a aniquilar neles a graça do Batismo? E não são nesses locais que o Inferno escraviza tantas almas quanto deseja?
Imagine então: Apesar da ausência de ocasiões de pecado e do auxílio de tantas orações já é tão difícil perseverar na virtude da pureza de coração, como poderia então ser possível preservar tal virtude no meio de tantas fontes de corrupção?
São João Crisóstomo diz: "– Olhe aquela jovem mundana e leviana, ou melhor, olhe para aquela pequena chama do fogo diabólico, que com sua beleza e gestos "flamboyants", acende no coração daquele jovem, o fogo da concupiscência. Você não os vê? Um mais do que o outro, buscando atrair-se mutuamente pelos seus charmes e toda a sorte de truques e ardis? Se você puder, pode contar, Ó infeliz pecador: o número de seus maus pensamentos, ou maus desejos e suas ações pecaminosas! Não é nesses lugares que você ouve aquilo que agrada aos seus ouvidos, que inflama e queima os corações, fazendo dessas assembléias fornalhas de "falta-de-vergonha"? 
E não é por acaso ali, meus caros irmãos, que os rapazes e moças, bebem diretamente na fonte do crime, a qual logo, logo, se transforma num rio que transborda o seu leito, arruinando e envenenando tudo à sua volta? 

Pois eu digo; continuem! Sigam em frente, pais e mães desavergonhados! Sigam para o Inferno, onde a justiça e a fúria de Deus os aguarda com todas as ações que vocês praticaram, permitindo aos seus filhos correrem tais riscos. Pois sigam em frente, porque eles não demorarão muito a se reunirem com vocês, já que vocês deixaram a estrada pavimentada para eles. Sigam em frente e contem o número de anos que seus filhos e filhas perderam! Apresentem-se diante do Supremo Juiz para prestarem contas de suas vidas e ali vocês verão que o seu pastor tinha toda a razão ao proibir essa espécie de prazer diabólico! Você me dirá: –Ah! Você está apresentando as coisas maiores do que elas são realmente! Pois bem, você acha que eu estou falando demais? Então ouça o que os Santos Padres da Igreja dizem a esse respeito! São Efraim diz-nos que a dança é a perdição de moças e mulheres, a cegueira dos homens, o lamento dos anjos e a alegria dos demônios. Meu Deus! Será que alguém possui olhos tão enfeitiçados a ponto de acreditar que não existe mal nenhum nisso, enquanto essa é a corda com a qual o demônio arrasta a maioria das almas para o Inferno? Então continuem, sigam em frente pobres pais, cegos e perdidos! Sigam desprezando o que o seu pastor está dizendo para vocês! Continuem no caminho que vocês estão seguindo! Ouçam tudo e não tirem proveito de nada! Deixem entrar por um ouvido e sair pelo outro!
Quer dizer que não existe mal algum nisso, não é? Digam-me então o que foi que vocês renunciaram no dia do seu Batismo? Ou sob que condições o Batismo lhes foi concedido? Será que não foi sob a condição de que ao fazerem seus votos diante do Céu e da Terra, na presença de Cristo sobre o Altar, vocês renunciariam a Satanás e todas as suas pompas e obras por todo o tempo de suas vidas? Em outras palavras, que vocês renunciariam a todos os prazeres e vaidades deste mundo? Não foi sob a condição de abandonarem tudo para seguirem ao Cristo Crucificado que vocês foram batizados? Sendo assim, não é verdade que vocês estão violando as promessas de seu Batismo e profanando este Sacramento da Misericórdia? Vocês não estariam também profanando o Sacramento da Confirmação, ao trocar a Cruz de Cristo que vocês receberam, por vaidades e roupas obscenas, envergonhando-se ao invés, da Cruz, a qual deveria ser para vocês, glória e felicidade? Santo Agostinho diz-nos que aqueles que freqüentam bailes, verdadeiramente renunciam a Jesus Cristo para poderem se entregar ao demônio. Como isso é horrível! Expulsar Jesus depois que vocês O receberam em seus corações! São Efraim nos diz: – Hoje vocês se unem a Jesus Cristo, para logo depois, amanhã, se reunirem a Satanás! Comporta-se exatamente como Judas Iscariotes, aquela pessoa que logo depois de receber Nosso Senhor Jesus Cristo, vai vendê-lo a Satanás nesses encontros, onde ela se reúne com tudo que existe de mais pecaminoso!

E quando se trata do Sacramento da Penitência? Oh! Quanta contradição em tais vidas! Um Cristão que depois de um único pecado, deveria passar o resto de sua vida no arrependimento, pensa apenas em se atirar nesses prazeres mundanos! Uma grande maioria profana o Sacramento da Extrema Unção que receberam num momento de dor, entregando-se depois a tudo quanto é movimento indecente com os pés, as mãos e o corpo inteiro que um dia foi santificado com os Santos Óleos.

Por outro lado, o Sacramento das Sagradas Ordens também é insultado pelo desacato e desprezo com os quais as instruções dos pastores são consideradas. Mas quando chegamos ao Sacramento do Matrimônio, que Deus nos ajude! Quantas infidelidades podemos contemplar nessas assembléias? Parece que tudo é admissível. Quão cego é aquele que ainda pensa que não existe mal algum nisso!

O Conselho Municipal de Aix-la-Chapelle, proíbe danças, mesmo nos casamentos. E São Carlos Borromeo, o Arcebispo de Milão, dizia que deveriam ser dados 3 anos de penitência àqueles cristãos que freqüentassem bailes e mais, que se voltassem atrás, deveriam ser ameaçados com a excomunhão. Então, se é verdade que não existe nenhum mal nisso, será que a Igreja e os Santos Padres é que estariam errados?
Mas quem é que diz que não existe mal algum nisso? Só pode ser um libertino, ou uma mulher leviana e mundana que está tentando aliviar seu remorso de consciência do modo mais conveniente possível.
Bem, você poderia me dizer que há sacerdotes que não falam muito sobre isso durante a Confissão ou que embora admitam ser pecado, nunca se recusam em dar logo a absolvição para tal delito. Ah! Eu não saberia dizer se tais sacerdotes são ou não tão cegos, mas eu posso assegurar-lhes que todos aqueles que estão procurando por sacerdotes tão condescendentes, estão buscando um passaporte que os leve diretamente para o Inferno. Da minha parte, se eu mesmo tivesse freqüentado bailes, sei que não deveria receber absolvição a não ser depois de ter uma firme resolução de não voltar mais a freqüentar tais salões.

Veja bem o que diz Santo Agostinho e depois você me dirá se as danças são ou não uma boa ação. Ele nos diz que "as danças são a ruína das almas, o inverso da decência, um espetáculo desavergonhoso e uma profissão pública do crime". São Efraim chama as danças de: "ruína da boa moral e alimento do vício". Já São João Crisóstomo: "Uma escola pública da falta de castidade". Para Tertuliano, a dança era considerada: "O Templo de Vênus, O Consistório da Falta de Vergonha e a Cidadela de toda a depravação". Santo Ambrósio disse uma vez:

– Eis aqui uma moça que dança! Mas não se esqueçam de que ela é filha de uma adúltera, porque uma mãe verdadeiramente cristã, ensinaria à sua filha; a modéstia, um sentido adequado de vergonha e absolutamente nada a respeito de danças!
E agora eu lhes pergunto; quantos jovens existem aqui, que desde que começaram a freqüentar esses bailes, não freqüentam mais os Sacramentos? Ou quando o fazem, fazem apenas para profaná-los? Quantas pobres almas existem que perderam sua religião e sua fé! E quantos mais, nunca conseguirão abrir os olhos para ver o estado infeliz em que se encontram, a não ser depois que já tiverem caído no Inferno!...


quinta-feira, 25 de julho de 2013

Beato José Luis Sánchez del Río: O menino que queria ganhar o Céu


Beato Jos? Luis S?nchez del R?o.JPGEm tom de zombaria, o comandante do pelotão de fuzilamento perguntou ao jovem mártir se desejava, antes de ser executado, enviar uma mensagem para seus pais. Ele respondeu: "Sim, diga-lhes que vamos nos rever no Céu".

Corria o ano de 1926 e, a não ser pela crescente hostilidade do governo de Plutarco Elías Calles contra a Igreja, dir-se-ia que no Estado de Michoacán, no México, o tempo havia parado.

Essa zona agrícola situada entre grandes montanhas e lagos foi marcada pela infatigável evangelização dos missionários franciscanos, agostinianos e de outras ordens religiosas, o que, aliado ao temperamento rijo de seus habitantes, curtidos pela inclemência do clima, e ao relativo afastamento das grandes cidades, tinha dado forma a uma das regiões mais católicas do México e talvez da América.

O Bajío - como é chamado o conjunto formado pelos estados de Jalisco, Aguas Calientes, Guanajuato, Querétaro y Michoacán - é a zona que mais mártires deu à Igreja Católica na América do século XX, e permanece até hoje uma sementeira de vocações religiosas.

Um desses exemplos de santidade é o que vou relatar em seguida.
"E os meninos também podem ser mártires?"
Sahuayo era uma pequena aldeia do estado de Michoacán. Após o trabalho diário, sua população se reunia na hora do Ângelus na Igreja de São Tiago Apóstolo, para agradecer à bondosíssima Mãe de Guadalupe as graças e favores que lhes havia concedido na jornada. E, junto com seu querido pároco, rezava o rosário sem nunca deixar de pedir pelo México, para que cessasse quanto antes a impiedosa perseguição do governo contra os católicos.

No meio de todos os meninos da paróquia, um se destacava pela piedade com que rezava. Era José Luis Sánchez del Río. De apenas 13 anos, travesso como todos os de sua idade, tinha na mente uma idéia fixa. Idéia que havia nascido numa noite de inverno quando seus pais convidaram o pároco para jantar e este lhes contou que a perseguição religiosa estava levando muitos mártires mexicanos para o Céu.

- Como é isso, padre?

- Sim, Josesito, são católicos que, ante a ordem de renegar nossa religião, preferem dar suas vidas, e morrem fuzilados. Mas o Senhor os recebe junto a nossa Mãe de Guadalupe, no Céu.

- E os meninos também podem ser mártires, padre?

- Bem... enfim... se Deus assim dispuser, podem ser, como os Santos Inocentes que celebramos em nossa paróquia no mês de dezembro.

José Luis sentiu em seu coração um ardor que não era senão uma graça de Deus, uma preparação para os grandes acontecimentos que se desenrolariam pouco tempo depois na tranqüila Sahuayo.
Nunca foi tão fácil ganhar o Céu!
Com efeito, em agosto de 1926 chegou à pequena aldeia a notícia de que estava proibido o culto católico público. A família Sánchez del Río se reuniu consternada e, enquanto os filhos mais novos se conformavam em continuar ajudando seu pai nos trabalhos agrícolas, Miguel, o mais velho, decidiu pegar em armas junto com seus amigos, os irmãos Gálvez, para defender Cristo e sua Igreja.

Vendo isso, José pediu permissão a seus pais para alistar-se também no Exército "Cristero", que havia se formado sob o comando do general Prudencio Mendoza. Sua mãe, porém, se opôs:

- Meu filho, uma criança da sua idade vai mais estorvar do que ajudar o exército.

- Mas, mamãe, nunca foi tão fácil ganhar o Céu como agora! Não quero perder a ocasião.

Ouvindo essa resposta, sua mãe deu-lhe permissão, mas pôs como condição que ele mesmo devia escrever ao general Prudencio Mendoza, perguntando se o aceitava. A resposta deste foi negativa.

Sem desanimar, José escreveu nova carta, pedindo ao general para ser recebido, se não como combatente, ao menos como soldado auxiliar da tropa: ele podia cuidar dos cavalos, cozinhar e prestar outros serviços aos soldados. Vendo a grandeza de alma e o entusiasmo desse adolescente, o general respondeu-lhe que o aceitava. Assim, com a bênção de sua católica mãe, ele partiu para o acampamento "cristero", muito feliz por poder lutar por Cristo Rei e Santa Maria de Guadalupe.
Combatente heróico
No acampamento, em pouco tempo o caçula da família Sánchez del Río conquistou o afeto e a confiança dos "cristeros", que lhe puseram o apelido de Tarcisio. Sua alegria a todos contagiava, e desde o início ele foi o encarregado de liderar a recitação do terço com a tropa, no fim de cada dia.

Por seu valor e bom comportamento, o general lhe deu o cargo de corneteiro do destacamento. Pouco depois, sendo promovido a porta-estandarte, José Sánchez del Río via realizado seu mais ardente desejo: estar no campo de batalha, como soldado de Cristo.

Em fevereiro de 1928, um ano e cinco meses após sua incorporação ao exército "cristero", travou-se um combate nas proximidades da cidade de Cotija. Depois de várias horas de renhida luta, o jovem porta-estandarte viu o cavalo do general tombar morto por um tiro. Para lá galopando imediatamente, disse com resolução:

- Meu general, aqui está meu cavalo, salve-se o senhor. Se eu morrer, não farei falta, mas o senhor, sim.

Entregou seu cavalo, pegou um fuzil e combateu com bravura. Quando acabaram as balas, avançou sobre o inimigo de baioneta em riste. Foi feito prisioneiro e conduzido ao general inimigo, o qual o repreendeu por estar lutando contra o governo.

- General, fique sabendo que eu caí prisioneiro, não porque tenha me rendido, mas porque acabaram minhas balas, pois, se tivesse mais, continuaria lutando.
Prisioneiro indomável
Vendo tanta decisão e arrojo, o general o convidou a se juntar às tropas do governo, dizendo-lhe:

- Você é um menino valente, venha conosco e estará muito melhor do que com os "cristeros".

- Jamais, jamais! Prefiro morrer! Nunca me juntarei aos inimigos de Cristo Rei! Mande me fuzilar!

O general mandou encerrá-lo no cárcere de Cotija. No meio de pouca luz, do mau cheiro, e rodeado de delinqüentes, conseguiu escrever uma carta:

Cotija, 6 de fevereiro de 1928
Minha querida mamãe
Caí prisioneiro em combate no dia de hoje. Creio que vou morrer, mas não importa, mamãe. A senhora precisa se resignar à vontade de Deus. Não se preocupe com a minha morte, que é o que me deixa inquieto; pelo contrário, diga a meus dois irmãos que sigam o exemplo dado por seu irmão menor.
E a senhora precisa fazer a vontade de Deus, tenha força e me mande sua bênção, junto com a de meu pai. Transmita minhas saudações a todos, pela última vez. E receba o coração deste filho que tanto lhe quer, e que desejava vê-la antes de morrer. - José Sánchez del Río

Entretanto, em vez de ser fuzilado no dia seguinte, como ele imaginava, foi levado, junto com um pequeno amigo também preso, chamado Lázaro, para a igreja de Sahuayo, que as tropas do general Calles haviam transformado em cavalariças. A sacristia estava ocupada pelos galos de briga do deputado anticatólico Rafael Picazo, que ali realizava freqüentemente orgias com seus amigos.

Ao ver sua nova prisão, José ficou indignado. Era a mesma igreja que, pouco tempo antes, ele freqüentava com sua família para a reza do Ângelus e do terço. Era àquela mesma sacristia que ele costumava ir, depois da Missa, para pedir retalhos de hóstias ao velho pároco. Tinham-na transformado em um antro de bandidos!

Quando se viu sozinho na penumbra, o juvenil soldado de Cristo Rei conseguiu desatar a corda que o amarrava, dirigiu-se às gaiolas onde estavam os galos de briga do deputado e cortou o pescoço de todos eles.
Depois dormiu serenamente.

No dia seguinte, mal soube do acontecido, o deputado Picazo correu à sacristia-prisão, onde, cheio de indignação, interpelou o jovem prisioneiro. "A casa de Deus é um lugar para rezar, não para ser depósito de animais", respondeu-lhe este. Cheio de cólera, Picazo o ameaçou de morte, e recebeu esta serena resposta: "Desde que peguei em armas, estou disposto a tudo. Mande me fuzilar!"
Uma cruz traçada com o próprio sangue

Na sexta-feira, dia 10, por volta de seis horas da tarde, uma escolta o levou de volta ao quartel. Ali, ao saber de sua condenação à morte, escreveu a uma de suas tias, que havia conseguido lhe levar a Comunhão às escondidas, a última carta de sua vida:

Sahuayo, 10 de fevereiro
Querida tia
Estou condenado à morte. Às oito e meia da noite chegará o momento que eu tanto desejei. Agradeço-lhe os favores que a senhora e Madalena me fizeram. Não estou em condições de escrever a mamãe. (...) Transmita minhas saudações a todos e receba, como sempre e pela última vez, o coração deste sobrinho que muito lhe quer e lhe deseja ver. Cristo vive, Cristo reina, Cristo impera! Viva Cristo Rei! Viva Santa Maria de Guadalupe! - José Sánchez del Río, que morreu em defesa da fé. Não deixem de vir. Adeus.

Às onze da noite chegou o momento tão esperado. O ódio dos inimigos da Igreja era tal que, com uma faca afiadíssima, lhe arrancaram a pele das plantas dos pés e o obrigaram a caminhar desde o quartel até o cemitério, pisando sobre pedras e terra. Nenhuma queixa saiu de seus lábios no meio dessa tortura. Chegou ao cemitério cantando hinos religiosos.

Levado até a beira de uma cova que em breve seria a sua, os soldados deram-lhe algumas punhaladas não mortais, para ver se ele apostatava com esse suplício.

Em tom de zombaria e com o intuito de quebrar psicologicamente o herói da fé, o capitão comandante da escolta lhe perguntou se tinha uma mensagem para seus pais. Ele respondeu: "Sim, diga-lhes que vamos nos rever no Céu". Em seguida, pediu ao capitão para ser fuzilado com os braços em cruz. Como única resposta, este sacou a pistola e lhe disparou um tiro na têmpora.

Sentindo-se ferido de morte, José colheu com sua mão direita um pouco do sangue que lhe escorria abundantemente pelo pescoço, traçou com ele uma cruz na terra e prostrou-se em cima dela, em sinal de adoração.

Assim, na última hora da noite de 10 de fevereiro de 1928, sua alma subiu ao Céu e foi recebida com júbilo por seu querido Cristo Rei e sua amadíssima Mãe, a Virgem de Guadalupe.

quarta-feira, 24 de julho de 2013

Papa pediu para ler obra de Leonardo Boff

Papa está de visita ao Brasil
O papa Francisco manifestou interesse em ler o livro do teólogo Leonardo Boff, principal expoente da Teologia da Libertação no Brasil, que o opôs à Cúria do Vaticano na década de 1980, noticia, esta terça-feira, a imprensa brasileira.
"Ele quer receber o meu livro, mandou essa mensagem por uma amiga. Já entreguei a obra ao arcebispo do Rio de Janeiro e espero que o papa receba", afirmou o próprio Boff, citado pelo diário "O Globo".
O livro em questão é "Igreja: Carisma e Poder", no qual Boff contesta a estrutura hierárquica da Igreja. À época, a obra gerou forte crítica do Vaticano que, como punição, o depôs de suas funções ligadas ao ensino religioso e o obrigou a um ano de silencioso obsequioso.
O processo que levou à sua condenação foi realizado pela Congregação para a Defesa da Fé, então sob a direção de Joseph Ratzinger, o papa emérito Bento XVI.
A pena foi suspensa em 1986. Porém, seis anos mais tarde, diante de uma nova ameaça de punição feita pelas autoridades de Roma, Boff renunciou às suas atividades de padre e desligou-se da Ordem Franciscana.
O papa está de visita ao Brasil, onde preside à Jornada Mundial da Juventude, um evento para o qual são esperados perto de dois milhões de fiéis.

O EX-FRADE TEM SE PRONUNCIADO AMARGAMENTE CONTRA A IGREJA


Leonardo Boff:
“O CATOLICISMO SEMPRE ENTENDEU A SEXUALIDADE SOB O ÂMBITO DO PROIBIDO, DO PERIGOSO E DO PECAMINOSO”.
“A IGREJA LÊ DE FORMA MORAL AS PROIBIÇÕES MERAMENTE RITUAIS DO ANTIGO TESTAMENTO”.
“A IGREJA É UMA INSTÂNCIA DE PROFUNDA DESUMANIZAÇÃO DO SER HUMANO.
“A IGREJA IMPÕE O CELIBATO POR RAZÕES DE PROPRIEDADE, PORQUE A PESSOA CELIBATÁRIA NÃO TEM QUE DIVIDIR, NÃO TEM QUE DEIXAR HERANÇA”
“PARA IMPEDIR O ACESSO AO SEXO, A IGRE­JA SATANIZA O PRAZER: É O DEMÔNIO!’. ENTÃO O CRISTI­ANISMO TORNA-SE A RELIGIÃO DA TRISTEZA”




















terça-feira, 23 de julho de 2013

O novo rito da Missa: uma trágica necessidade de optar?


O novo rito da Missa: uma trágica necessidade de optar? 

Um leitor nos escreve:

«Revmo. Sr. Diretor:

Acabo de ler o último parágrafo do número do 30 de novembro passado [nº 109, de junho de 2002, para a edição portuguesa; p. 6] de seu quinzenário e me creio no grave dever de impugnar a sua afirmação segundo a qual não é obrigatório ouvir Missa quando não há meio de ir aos centros de Missa tradicional, pois, a meu juízo, ainda que a comida não nos seja servida devidamente, temos a obrigação ‘permanente’ de alimentar-nos (trata-se de uma comparação, de uma analogia...).

Quando a Santa Missa é válida, devemos assistir a ela (ainda que seja ilícita, sem importar no caso que o saibamos ou não). Isto a título de posição objetiva.

Haverá que examinar qualquer eventual posição subjetiva, em função de gravíssimos problemas pessoais.

A distinção que acabamos de fazer (posição objetiva - posição subjetiva) brilha por sua ausência no parágrafo que censuramos, o qual se limita a dar uma resposta à alma que a pede (quer dizer, o leitor cuja carta se transcreve), mas sem convidá-lo a discernir com habilidade as verdades de fé, até na mesma hora de ouvir uma Missa que não seja a dos ‘centros de Missa tradicional’.

A obrigação de ouvir Missa é capital na Igreja, até nos mesmos tempos ruins, ainda em meio de dificuldades objetivas e subjetivas.

A bênção!

Uma cordial saudação»

Carta assinada

Outro leitor nos escreve também sobre o mesmo assunto:

«Sou um entusiasta de sua revista, gota preciosíssima de verdade neste pântano de mentiras. Mas, como é natural, há algumas coisas que não entendo... Em um dos últimos números, por exemplo, respondia-se a um leitor aconselhando-lhe que se instruísse nas coisas da religião, que fizesse obras de caridade e que rezasse nos dias de preceito se verdadeiramente não podia ouvir Missa segundo o rito católico romano tradicional.

Se entendi bem, pode-se passar o domingo sem ouvir Missa, o que constitui pecado, no meu entender: até a Missa celebrada pelo sacerdote mais indigno goza sempre de valor capital para o católico. Estarei enganado?»

Carta assinada

Uma questão “objetiva”

Comecemos esclarecendo algumas idéias sobre o preceito de ouvir Missa, porque hoje é mais necessário do que nunca ter idéias claríssimas para não sermos envolvidos pela tempestade neomodernista que açoita a Igreja.
«O preceito de escutar a Santa Missa — lemos no Dizionario di Teologia morale [Dicionário de Teologia Moral] do cardeal Roberti — exige que:

a) (...)

b) A Missa se deve escutar segundo o rito católico, já latino, já oriental (...). Causas escusatórias são: a impossibilidade física ou moral. Escusam, pois, da observância do preceito (...) o perigo de sofrer um grave dano material ou moral» (ed. Studium, verbete santificazione delle feste).

De igual modo, E. Jone, O.F.M. Capuchinhos:  

«Todo motivo medianamente grave escusa da obrigação de ouvir Missa, como o que se daria no caso de que a assistência à Missa provocasse um dano corporal ou espiritual para nós ou para outros»(Compendio di Teologia morale, ed. Marietti, 1955, nº 200).

Pode-se seguir qualificando de “católico” o novo rito da Santa Missa? 

Pode-se reputar tal, que não possa provocar nenhum “dano espiritual” para nós ou para outros? Estas são questões objetivas que suscita o Novus Ordo Missae, e às quais já respondemos com amplitude várias vezes, mas às quais responderemos aqui brevemente uma vez mais.

Notemos entretanto que:

1) a obrigação de ouvir Missa não é absoluta, razão por que cabe admitir causas isentivas;

2) carecem de relevância, no tocante ao assunto que nos ocupa, tanto os “problemas pessoais” de cada fiel quanto à “indignidade” pessoal do celebrante: do que se trata é o rito mesmo tal qual é em si, objetivamente;

3) não é certo em absoluto que, “quando a Santa Missa é válida, devemos assistir a ela (ainda que seja ilícita, sem importar no caso que o saibamos ou não)”. A Igreja vedou sempre, com efeito, a assistência às Missas válidas, mas ilícitas, dos ortodoxos cismáticos (cf. cânon 1.258 do código pio-beneditino). E o Santo Ofício afirmou em um decreto de 7 de agosto de 1704 que:
 
«o católico deve abster-se de assistir à Missa válida, mas ilícita, do sacerdote herético ou cismático, ainda que haja a obrigação de ouvir Missa por ser dia de preceito e tenha de ficar sem esta ao agir assim»(cf. Enciclopedia Cattolica, verbete comunicazione nelle cose sacre, col. 113).

Assim, pois, o certo é exatamente o contrário do que pensam os dois leitores cujas cartas reproduzimos supra: se eu sou “consciente” de que uma Missa é válida mas ilícita, não devo assistir a ela. O motivo da dita proibição da Igreja se baseia em que, no dito suposto, se esfuma a obrigação de ouvir Missa nos dias de preceito por ser contrária a uma «virtude que obriga mais» (Suárez,De legibus, VI, VIII, 1), a qual, no caso presente, não é outra senão a virtude da fé, que «entre as obrigações graves... é a maior do ponto de vista objetivo» (Enciclopedia Cattolica, verbete fede).

A obrigação fundamental da fé

É esta uma verdade que os fiéis devem ter hoje particularmente presente. 

E, a fim de que fique claro que não expomos opiniões pessoais, mas a doutrina da Igreja, citaremos amplamente a Enciclopedia Cattolica, verbetefede [verbete “fé”].

Que se entende por obrigação grave?  

«Na linguagem teológica, chamam-se deveres que constituem a essência da ordem moral, mediante cuja observância tende ou renuncia o homem substancialmente a seu fim último, tornando-se réu de pecado mortal neste último caso (...). Entre as obrigações graves, a de professar a fé é a maior do ponto de vista objetivo»

O que significa que perder a fé é perder nosso fim último, pôr em perigo nossa vida eterna, e que todo atentado à nossa fé constitui um atentado à vida de nossa alma. Quando São Pio X escreve na Pascendi que o modernismo«meneia o machado à raiz», pretende dizer nem mais nem menos que é uma agressão mortal à fé.

«A fé é principio da salvação humana, o fundamento e raiz de toda a justificação», ensina o Concílio de Trento (Denzinger, n. 801). Nosso Senhor Jesus Cristo mostrou que professar a fé é uma obrigação fundamental que os homens têm de satisfazer para salvar-se: «Quem crer se salvará; mas quem não crer se condenará» (Mc. 16, 16); o Espírito Santo afirma pela boca de São Paulo que «sem fé é impossível agradar a Deus» (Heb. 11, 6), e pela boca de São Pedro e dos Apóstolos confirma que professar a fé é um dever que goza de primazia sobre qualquer outro (cf. Atos 10, 43; 15, 7).

Donde «o primeiro dever do católico e o mais importante é crer. A fé é a primeira coisa que Deus pede ao homem (Heb. 11, 6), é o primeiro passo do homem para Deus, e Este não permite retrocessos. A fé constitui a raiz da justificação, o princípio e a fonte de toda a vida espiritual, o fundamento indispensável de toda virtude, até da esperança e da caridade (Heb. 11, 1); da fé mana toda a vida sobrenatural (Gal. 3, 11). Por isso devemos estimar a fé mais que qualquer outra coisa» (P. M. Meschler, S.J., na Civiltà Cattolica, 1906, vol. 2º, p. 391).

O “pecado que inclui a todos os demais”

É um fato que o mero enfraquecimento da fé comporta, forçosamente, o enfraquecimento do homem, sem excluir o moral (pois se vê privado da razão mais forte para resistir ao mal e obrar o bem), ao passo que seu desaparecimento sela a ruína espiritual do indivíduo (e talvez também a eterna), para não falar do esfacelamento moral com que açoita os povos. 

Por isso diz Santo Agostinho, ao comentar Jo. 15, 22, que a carência de fé «é um pecado que inclui todos os demais», e Santo Tomás escreve por seu lado que «a fé é a primeira das virtudes» (Summa Theologiae, II-II, q. 4, a. 7) e que «a incredulidade é o maior de todos os pecados na ordem das virtudes morais» (S. Th., II-II, q. 10, a. 3); o que significa que os pecados contra a fé são «culpas maiores que o sacrilégio, o homicídio, o adultério, o furto, etc.», e que «todo zelo pela reforma cristã dos costumes é cego, vão, ruinoso se não aspira constantemente a salvaguardar ou reconstruir a fé, que goza por natureza de prioridade sobre todas as demais virtudes»(Enciclopedia Cattolica, verbete fede).

O dever fundamental de custodiar a própria fé

Assim, pois, da obrigação fundamental de professar a fé nasce o dever primordial de todo cristão de salvaguardá-la dos perigos que possam matá-la, ou ainda tão-só enfraquecê-la, em sua alma ou na daqueles que lhe estão confiados (filhos, cônjuges, fiéis etc.). Daí que entre os pecados contra a fé figurem igualmente — hoje é necessário tê-lo muito presente — «os pecados contra o dever de cultivar a fé e preservá-la dos perigos» (Enciclopedia Cattolica, verbete fede). Com efeito, «a perda da fé é muito amiúde o resultado mais ou menos direto de passos imprudentes e temerários. Por isso o direito [divino] natural veda ao crente que ponha em perigo sua fé. Pois bem, o maior perigo para a fé, e o mais imediato, se funda no contato com o erro oposto» (idem). Donde decorre a proibição de participar em um rito acatólico ainda quando a Missa seja válida; proibição formulada pela Igreja «aderindo-se estreitamente ao direito natural e ao espírito das normas apostólicas» (idem); a mesma Igreja, acrescentamos nós, jamais autorizou ninguém a conjeturar a existência, em si ou nos demais, da capacidade de “discernir com habilidade as verdades de fé” (capacidade que poderia faltar e que falta certamente na maioria).

Assim, pois, continuando com a comparação ou analogia de nosso primeiro leitor, há que dizer que, segundo a “mente” da Igreja, se o prato que me é servido está envenenado, ou o está a guarnição que tem de acompanhá-lo, sigo obrigado a nutrir-me, sim, mas não com semelhante comida.

Paróquia São Jorge - Santo André-SP

Uma comida envenenada

É sobremaneira triste, mas estes princípios estamos obrigados a aplicá-los hoje ao novo rito da Missa.
 
A esta altura, não deveria ser preciso demonstrar que o novo rito da Missa é um prato cuja guarnição está envenenada: comunhão na mão, homilias aberrantes, cânticos e melodias mais profanos que sagrados, “ministros extraordinários da Eucaristia” (quer dizer, seculares: homens e mulheres que, contrariamente à tradição constante da Igreja, distribuem a Comunhão, não raro enquanto o sacerdote está sentado), “animações litúrgicas dessacralizadoras”, iniciativas ecumênicas e até “intercâmbios de púlpito” com hereges e cismáticos etc. constituem objetivamente um perigo para a fé. Com o tempo, até o católico mais bem prevenido acaba por se “protestantizar” sem o perceber, porque, como diz Santo Agostinho, à força de ver de tudo, a gente se habitua a tudo e termina por justificar tudo.

Ademais, que o novo rito da Missa seja também um prato envenenado em si mesmo, e não só em sua guarnição, não somos nós quem o diz. 

Confessou-o Monsenhor Bugnini em L'Osservatore Romano de 19 de março de 1965, quando escreveu o seguinte para ilustrar o espírito da “reforma litúrgica”, então em preparação:  

«A oração da Igreja não deve ser motivo de mal-estar para ninguém»

Daí o propósito declarado de:
«remover toda pedra que pudesse provocar ainda que só fosse a sombra de um risco de tropeço e desgosto [quanta delicadeza!] a nossos irmãos separados»

E para tal efeito chamaram seis hereges e cismáticos, para que cooperassem na elaboração do novo rito católico, os quais figuram na capa daDocumentation Catholique de 3 de maio de 1970, posando com Paulo VI como conclusão dos trabalhos do Consilium para a reforma litúrgica. O Padre Antonelli, O.F.M., mais tarde cardeal, que havia trabalhado na reforma litúrgica da Semana Santa sob Pio XII, aterrado pelo aspecto “aberrante” que iam tomando diante de seus olhos os trabalhos do dito Consilium, anotava em seu diário:  

«Tenho a impressão de que se fizeram muitas concessões à mentalidade protestante, sobretudo em matéria de Sacramentos» (cf. Nicola Giampietro, O.F.M. Cap. Il cardinale Ferdinando Antonelli e gli sviluppi della riforma liturgica dal 1948 ao 1970 [O cardeal Fernando Antonelli e os desenvolvimentos da reforma litúrgica de 1948 a 1970], Roma: ed.Studia Anselmiana, p. 264; cf. também Sim Sim Não Não, n. 95, Março de 2001, edição portuguesa, pp. 10 a 12.: Uma preciosa contribuição à historia da “reforma litúrgica” de Paulo VI).

Missa Show do Pe. Manzotti em Iporã-PR

A “trágica necessidade de optar”

De fato, com o disfarce de uma falsa caridade para com os protestantes, e com agravo flagrante dos católicos, tiraram-se do novo rito da Missa, antes de tudo, as “pedras-de-tropeço” maiores, quer dizer, tudo o que pudesse parecer clara profissão de fé nos dogmas católicos rejeitados pela heresia luterana: transubstanciação, presença real, caráter sacrifical e propiciatório da Santa Missa, distinção entre sacerdotes e fiéis, e depois qualquer outra coisa que pudesse “desgostar” os protestantes, por pouco que fosse. 

Resultado? Denunciou-o a Paulo VI o Cardeal Ottaviani em seu devido tempo (o mesmo cardeal que só poucos meses antes se havia demitido do cargo de prefeito do Santo Ofício), e o fez em companhia do Cardeal Bacci, no Pentecostes de 1969, ainda que tal não tenha servido para nada:

«Beatíssimo Padre:

Uma vez examinado e mandado examinar o 
Novus Ordo Missaepreparado pelos especialistas do Consilium ad exequendam Constitutionem de Sacra Liturgia, e depois de muita reflexão e oração, julgamo-nos na obrigação, diante de Deus e de Vossa Santidade, de expressar as considerações seguintes:

1. Como o demonstra suficientemente, a despeito de sua brevidade, o exame crítico adjunto — obra de um seleto grupo de bispos, teólogos, liturgistas e pastores de almas —, o Novus Ordo Missae (...) se afasta de maneira impressionante, tanto em seu conjunto quanto em seus detalhes, da teologia católica da Santa Missa tal qual foi formulada na sessão XXII do Concílio tridentino, o qual, ao fixar definitivamente os ‘cânones’ do rito, erigiu uma barreira infranqueável contra qualquer heresia que atacasse a integridade do mistério».

Escreveram também, à guisa de conclusão do Breve Exame Crítico 

«É evidente que o Novus Ordo Missae já não pretende representar a ‘fé tridentina’. A esta fé, contudo, a consciência católica se acha atada para sempre. Assim, pois, a promulgação do Novus Ordo coloca o católico verdadeiro, seja qual for sua condição e função, na trágica necessidade de optar».

(E quão “trágica” é a dita “necessidade de optar” provam-no igualmente as cartas de nossos dois leitores).

Por trágica que seja, porém, impõe-se a opção:

a) pelo fato de que o novo rito, ao já não ser católico, senão estar “protestantizado” (até ao ponto de algumas comunidades luteranas o considerarem utilizável para suas “ceias”), constitui um perigo real para a fé;

b) porque «os erros contra a fé não só se insinuam mas se impõem mediante abusos e aberrações litúrgicas» (Breve Exame Crítico, cit.).

Por fim, as iniciativas ecumênicas, cada vez mais audazes e executadas hoje tranqüilamente, não fizeram senão corroborar o que escrevemos no distante número 12 do ano VII de Sì Sì No No (edição italiana): 

«1) O preceito de ouvir Missa aos domingos e festas de guarda obriga a assistir à Missa enquanto ato supremo do culto público da Igreja, mas não obriga a participar em sua profanação.

2) O preceito da Igreja obriga a escutar a Santa Missa celebrada segundo o rito católico e ‘por um sacerdote católico’; não obriga a participar em uma ‘ceia’ protestante, talvez ‘presidida’ por algum repetidor dos heréticos teólogos transalpinos, negadores da divindade de Cristo, da presença real e de todas as verdades católicas relativas ao sacrifício da Missa.

3) Os preceitos da Igreja tendem principalmente ao bem de todos e cada um dos fiéis; por isso obrigam sempre que redundem em proveito das almas, mas nunca em seu detrimento. Se não obrigam no caso de que acarretem moléstias graves, ainda menos o farão se provocam dano espiritual».

Na fotografia estão com Paulo VI os seis pastores protestantes que ajudaram na fabricação da Missa Nova: Georges, Jasper, Sephard, Konneth, Smith, e Thurian. 
“A Missa nova foi feita por uma comissão de que faziam parte seis pastores protestantes, e foi impregnada do espírito do Concílio Vaticano II, isto é, um espírito ecumênico de aceitação de todas as religiões, de adaptação ao mundo moderno. Pela mentalidade ecumênica, sobretudo para não chocar os protestantes, a Missa nova atenua (a Missa tradicional acentua) os principais dogmas incluídos na Santa Missa: Sacrifício propiciatório, Sacerdócio hierárquico, Presença Real e Transubstanciação.” (A missa nova em questão)

O âmbito “subjetivo”

Expusemos até agora os princípios objetivos que regulam a obrigação de ouvir Missa nos dias de preceito e os aplicamos, objetivamente sempre, ao novo rito da Missa. Ainda nos falta abordar o âmbito subjetivo, pessoal, que nosso primeiro leitor anula no âmbito objetivo quando escreve “que o saibamos ou não” (o mesmo leitor que nos censura em seguida o ter passado por alto a distinção objetivo/subjetivo). O âmbito subjetivo é o da responsabilidade pessoal, a qual se liga à consciência moral; por isso, aplicando a nosso caso a doutrina católica sobre a consciência, o problema se coloca e resolve assim:

1) quem tenha consciência certa e informada de que o novo rito da Missa não é católico, senão que está protestantizado e que por isso mesmo provoca o perigo de que a fé se debilite ou se perca, está obrigado a freqüentar, ainda que ao custo de grandes sacrifícios, os centros de Missa tradicional, e, caso não possa fazê-lo, está obrigado de qualquer modo a santificar a festa da maneira que indicamos ao leitor que nos perguntava sobre o assunto;

2) quem tenha dúvidas ou se ache perplexo sobre a bondade do novo rito da Missa deve informar-se para deixar de ter dúvidas, porque a ninguém nunca é lícito agir em estado de consciência duvidosa;

3) quem possua uma consciência vencivelmente errônea sobre este assunto há de corrigi-la, e, por conseguinte, o que possa instruí-lo e esclarecê-lo tem o dever de fazê-lo;

4) não falamos de quem tenha uma consciência invencivelmente errônea, porque este é incorrigível; daí que seja mister deixá-lo aos cuidados da Providência divina.

Depois de tudo isto, deveria estar claro por que nós não poderemos aconselhar jamais a assistência ao novo rito da Missa a quem tenha a menor dúvida sobre sua bondade: a obrigação de salvaguardar a fé goza de prioridade (ponto este que é preciso manter com muita firmeza nas atuais condições anormais). Tudo se funda em agir não com espírito de rebeldia, mas sim de fidelidade a Nosso Senhor Jesus Cristo e à sua Igreja, a qual tem de guardar-se muito, hoje mais que nunca, de se identificar com os eclesiásticos infiéis.

Valens

Fotos: Autor desconhecido. A fotografia que representa uma característica da missa nova foi tirada do site da "Paróquia São Jorge" e a do Pe. Manzotti do "portalnoticiasaltoalegre".